Comunicado
Campeonato Nacional por Equipas da 1.ª Divisão
Após autorizada a retoma das competições federadas das modalidades desportivas de pavilhão sem contacto físico, por via da resolução do Conselho de Ministros n.º 51-A/2020, de 26 de junho, e verificada a atualização da orientação 030/2020 da Direção Geral de Saúde (DGS), emanada em 03/07/2020, sobre a pandemia Covid-19, decidiu a Direção da Federação Portuguesa de Xadrez atualizar o calendário da época 2019/2020, sem consultar os clubes, garantindo de uma forma autoritária, a realização das principais provas, nomeadamente o Campeonato Nacional por Equipas da 1.ª Divisão – 22 a 28 de agosto (Penafiel – Pavilhão Municipal de Rio de Moinhos)
Ponto 1 – Reunião entre a FPX e os Clubes.
A A.XAT – Montemor-o-Novo esteve representada pelo Dr. Luís Barrigoto, presidente da Associação de Xadrez “A Torre”. A nossa posição foi clara desde o início, a qual se mantém: a A.XAT afirma-se contra a realização da prova agendada para o mês de agosto.
Os argumentos apresentados para a não realização da prova, foram os seguintes:
1 – Em matéria de direito desportivo, houve uma “troca” de posição entre o Nacional da 1ª Divisão e os restantes Nacionais, sendo que a proposta de Calendário na Retoma da Atividade por parte da F.P.X, não garante que existam subidas e consequentes descidas na prova porque, relembramos, há apenas 3 jornadas disputadas nas divisões inferiores, o que poderá provocar um “vazio” no caso de não se conseguirem apurar eventuais equipas nas respetivas séries,.
Desta forma, está, em nossa opinião, seriamente comprometida a verdade Desportiva.
De notar que os Clubes vão despender de fatias orçamentais relevantes para se apresentar, na máxima força possível, a fim de garantir, no mínimo, a manutenção na dita divisão.
Os clubes ficam sem saber se não poderiam moderar esse mesmo esforço(em condições diferentes das propostas).
Fica a nota que o não esclarecimento por parte da Direção da Federação Portuguesa de Xadrez, do que se passará com o direito desportivo, nos leva a pensar que a Federação não pondera terminar as ditas divisões e, eventualmente, subir administrativamente algumas equipas e assim cumprir com o estabelecido com o contrato programa para com o IPDJ (nota pessoal final e opinião apenas, não tendo matéria de facto para o comprovar… nesta fase)
2 – A prova com que é realizada a retoma da Atividade Desportiva, é a prova Rainha. De facto, é a prova mais prestigiante e não é realizada nenhuma prova, oficial, para “testar” as medidas impostas em documento que a FPX diz serem as necessárias para a retoma da atividade.
Não nos foi nunca apresentado, pela FPX, qualquer parecer da DGS, não ficando seguros que a dita prova, pelo carácter profissional da mesma, se enquadre nas regras apresentadas. Assim, passamos a expor algumas das questões levantadas:
Há atletas que vêm de vários países, onde o surto da COVID 19 está por controlar?
Há atletas que viajam e jogam a prova sem que sejam testados?
Há capacidade da FPX garantir a testagem?
Há capacidade de garantir que os jogadores estão num ambiente de “bolha” e não estão em contacto com o exterior?
Em todas as competições ditas profissionais nas respetivas modalidades, este tema é assegurado.
Para a FPX, este problema é resolvido de seguinte forma: “se os Clubes querem testagem que a paguem”, como foi sugerido pelo sr. Presidente da FPX.
Relembramos que os jogadores da A.XAT – Montemor-o-Novo vão estar a uma distância de 50cm do adversário, durante 4 horas, sem que nenhum tenha sido testado e, alguns desses jogadores são provenientes de países onde o surto é muito ativo, Brasil, Índia, entre outros;
3 – Os Seguros Desportivos são ampliados, há alguma extensão do seguro? Quem garante que o jogador tem os cuidados médicos necessários no caso de ser ou estar infetado, sabendo que poderá ser de um país estrangeiro, alguns não da União Europeia e necessitam de garantir cuidados médicos? Ou alojamento para quarentena?
Há alguma extensão dos seguros desportivos para salvaguarda dos Clubes e do Investimento dos mesmos no caso de a prova ser cancelada?
4 – Está assegurado o retorno financeiro aos patrocinadores? Existirão ações promovidas pela FPX para minorar o efeito da não visualização da prova por público, para que os patrocinadores não abandonem de vez a modalidade?
5 – Parece-nos que os Clubes deveriam ter sido escutados sobre o processo de retoma da atividade, o que na realidade não se verificou.
Foi realizada uma única reunião online, a qual deu origem a um comunidado que não reflete a verdade dos factos, o que pode ser atestado por qualquer um dos presentes, a saber:
Ponto 1 do comunicado:
Estranhamos a razão alvitrada pela FPX para a realização da prova e manutenção da data, segundo a FPX, que passamos a citar: “… Esta decisão prende-se com o facto da FPX já ter assumido o compromisso de utilização do Pavilhão Municipal de Rio de Moinhos com a Câmara Municipal de Penafiel…” Estranhamos a razão para a realização da prova, numa época de Pandemia Mundial, sendo nosso principio organizar provas INDISPENSÁVEIS e não porque temos um compromisso com uma autarquia.
Ponto 2
Não transcrevendo o ponto 2, apenas de referir que as votações dos Clubes foram presididas e os votos contados, não por um qualquer vogal da direção ou funcionário federativo, mas pelo próprio presidente da Federação Portuguesa de Xadrez.
Foram colocadas a votação pelos 10 clubes três questões:
Cancelamento da Prova (6 votos a Favor, 2 Votos Contra e 2 abstenções).
Adiamento da Prova (3 votos a Favor, 5 Votos Contra e 2 abstenções).
Não Descidas e Subidas (10 votos a Favor).
Assim, não nos faz sentido constar do comunicado a seguinte afirmação: “… a hipótese do cancelamento da prova, essa opção nunca se colocou para a Direção da FPX…”. De notar, que, segundo os estatutos da FPX, o Presidente da Direção faz parte da Direção e foi ele quem presidiu à votação.
De referir ainda o conflito de interesses com a posição da Amadora Xadrez, em que quem votou pelo Clube foi também um elemento da Direção da Federação Portuguesa de Xadrez ,o Sr. José Grade.
Ponto 3 – Estranhamos ainda mais o ponto 3, em que são permitidas re-inscrições de jogadores que tenham estado a jogar as segundas e terceiras divisões, ainda que em equipas diferentes dos mesmos Clubes. Este ponto foi falado na referido reunião, mas não colocado a votação.
Assim, as alterações atrás referidas, constituem, pelo seu conteúdo, um claro atropelo ao Regulamento de Competições, ao que acresce o facto de carecerem de aprovação em Assembleia Geral e prazo para entrada em vigor.
Montemor-o-Novo, 30 de julho 2020
A Direção
Associação de Xadrez “A Torre”
Comunicado FPX: https://fpx.pt/site/public/uploads/pdf/Comunicado-DIR-068.pdf